22/02/2010

nonsense

No silêncio do meu quarto rodeada do mais puro branco que cobre as paredes e que não deixa meus pensamentos avançarem, procuro um azul que em toda a frieza traz consigo um momento caloroso...
 Num sol encontro uma imensidão que voam sem me perguntar, que se ausentam de mim, me abandonam simplesmente voando para longe como gaivotas na praia...
 Encontro em mim uma contradição entre o negro de uma ónix, um negro tão profundo que me invade me preenche e que me atraiçoa com momentos que o mais puro fado cantará, vividos como tantos outros, mas quentes e fervorosos com um branco contraditório de onde não brota nada, apenas se pensa em preenche-lo com algo...
vida, amores, desamores, amizade, felicidade mas também do mais puro e depressivo sentimento do vazio que invade me corrompe e me apreende nestas quatro paredes preenchidas de nada, apenas de um branco, frio, pálido, vazio...
 No vermelho se encontra o calor que cada ser humano esconde em si e se preenche se aquece e é aquecido, com sabor a algo tão doce quanto a sua quentura e fervorosidade, que nos invade nos enche e nos preenche e nos permite libertar cada verdade perfeita por nós dita...
Mas o que é a verdade senão puros dogmas eticamente transmitidos e preenchidos com conceitos pré-adquiridos irrefutáveis, contudo, desafiáveis e discutíveis... Afinal para que servem os dogmas se não para isso...
Dogmas - algo que se apreende e não se discute, mas então e a verdade de tudo de cada coisa de cada momento só cada um de nós saberá dizer a sua verdade mesmo que ripostada.
Continuaria por aqui a divagar mas a verdade é que a verdade é de um profundo branco amplo, vago, por vezes, concreto e indubitável..
Cada ser se move pelas suas verdades, pelos seus dogmas, crenças e descrença...
Num momento de solidão, poderemos colocar tudo em causa mas a realidade é aquela que nos rodeia e nos entra pela porta a dentro em cada acordar em cada momento da vida.
As verdades são criações humanas baseadas em crenças e transformam-se em dogmas....
Em cada um de nós há uma verdade indiscutível...

21/02/2010

Momento...

Recordo-me dos dias passados a chover,
Em que minha alma inundava com cada pingo delicado
Mas que fortemente entrava na minha alma.
Recordo-me da trovoada no mar e a beleza que era...
Cada raio, em cada onda e eu olhava como se não houvesse mais nada melhor que se pudesse observar,
Como se o mundo à volta paralisasse e fosse só eu, a areia molhada, os meus pés a sentir que cada calafrio,
o bramir de um mar revoltado como que ripostando cada raio de trovoada que se torna cada vez mais forte,
Como se o céu e a terra se unissem num ripostar conjunto por minutos...
Sei bem que no fim virá sempre um sol inundar os nossos dias.
Um Sol de um amarelo caloroso num azul mágico, num panorama em que tudo fará sentido...
Em que o mar, calmo ou revoltado algum dia acalmar-se-à e, então aí formará um quadro ideal.
Quantas vezes, em nós a tempestade lá fora invade a nossa alma,
entre quatro paredes brancas, de uma palidez inavegável, como que, não conseguíssemos ver mais nada,
apenas um alma vazia preenchida por um branco de nada, que não nos dará uma resposta seja ela qual for...
Já num amarelo solar que acaba se transformando e morrendo no mar avermalhado somos invadidos por tudo o que é quente, por tudo o que engrandece a alma do ser humano...
No azul do céu deixo-me invadir por sonhos, por momentos, ouvem-se risos felizes, vive-se de uma forma mais feliz...
Em toda a variedade que nos rodeia, nos deixamos invadir por sentimentos contraditórios mas complementares...
Vivendo um dia de cada vez por vezes chuvoso, por vezes tempestuoso, outras vezes soalheiro todos eles se complementam embora contraditórios...
Podia ser "Pessoa" mas não sou mas há algo em que concordo com ele, já dizia o mestre "Pensar é estar doente dos Olhos"(Alberto Caeiro).
Neste momento, simplesmente se agarram as palavras e se conjugam, formando aquilo que para nós é perfeito em tudo o que sentimos, em tudo o que somos e que se fará obra... Em cada texto haverá sempre um pouco de nós representado e vivenciado...
Fazendo de cada momento a vida, conjugado, uma vida cheia de momentos em que nos afastamos de tudo o que é mau, aproximando o lado caloroso que em tudo nos preenche vendo a vida passar como um rio correndo para o mar vivendo de uma de duas maneiras vivendo e evitando tudo o que nos fará sofrer, ou simplesmente vivendo, tentando ser o "Super Homem", escondido em cada um de nós e que nem sempre libertamos, com cada aprendizagem retirada em cada experiência nos fará tornar capazes de em situações semelhantes ficar imunes a tudo o que é bom e mau...
Em cada um de nós haverá um cavaleiro andante...

17/02/2010

...Hoje...

 Hoje foi um dia diferente, hoje foi o dia em que comecei, o passo talvez mais difícil para mim...
Comecei a fazer algo, que para mim vai ser difícil mas que vai ser a solução para mim, vai ser o abrir da minha janela para ver o sol e sorrir para a vida, para ela começar a sorrir para mim também e concretizar um dos desejos na viragem do ano que é ser feliz, no sentido literal da palavra.
 Neste caminho que me propus a mim própria de andar, vai ser difícil, sei que no fim vai correr tudo bem, talvez no fim, no futuro talvez venha a olhar ter como normal a simples foto de alguém que me era muito importante e que se foi já vão quase 10 anos e que só à pouco tempo, comecei a verbalizar tal, mesmo que por dentro me contorça.
 Digamos que no fim desta primeira conversa se pudesse ia à praia e ficaria horas a olhar aquele fantástico e maravilhoso ser amigo de todas as horas, o mar.
Iria contar cada onda, cada rolar na areia, e nos seus avanços e recuos iria deixar fluir os meus pensamentos as verdades da minha vida cada momento bom e mau passado... Ia reviver cada momento feliz e cada momento triste (o meu YinYang) depois, o ideal, era jantar à beira-mar enquanto se dá o crepúsculo. Depois, já relaxada, passear e ficar a ver as estrelas e a lua.
Como tal não me é possível aproveito as belas paisagens do Brasil através da novela.
O Brasil é um dos meus destinos de sonho a concretizar para breve, para conhecer as origens dos meus ascendentes, a minha costela, e matar saudades da família.
 À espera de mais um dia...

16/02/2010

Mais um dia normal...

Hoje acordei decidida a tentar fazer o meu dia diferente mas, na verdade tornou-se igual a tantos outros para trás e já passados...
Acordei estava tempo de chuva, algo que me mexe com o sistema nervoso quando é demais... Caramba estamos a meio de Fevereiro, o auge do inverno já foi, estamos com a Primavera à porta...
 Não gosto de acordar e ver o céu chorar... Sei lá vai-se-me tudo, inspiração vontade de fazer alguma coisa, a inspiração vai-se, como se um tempo fechado de mim se apoderasse.
 Sempre as mesmas coisas... casa as paredes no seu branco nuas, de um vazio que só um branco transcende...
 O facto de acordar de manhã sem objectivos, longe de tudo o que me faz bem...
 Enfim, tentei fazer um pouco de programa que a grande maioria das mulheres gosta "bater perna no Shoping", a verdade é que isso, não tem nada a ver comigo, faço realmente mas quando preciso de um livro, de algo, não por desporto porque simplesmente não há mais que fazer... Enfim...
 Voltei para casa e ganhei coragem para voltar a fazer algo que ando à anos para começar, um curso de tarot, digamos que é algo que me desperta bastante curiosidade e que gosto particularmente...
 Depois passei o meu dia em frente ao computador a teclar com amigas e pouco mais para dizer a verdade, falar ao telefone com um amigo... todos longe. E eu aqui e muitos deles já nem me lembro da última vez que os vi...
 Enfim, foi mais um dia normal, atraquei-me às tarefas domésticas, sinceramente, cada vez mais eu não nasci pra ser dona de casa... costumo dizer isto pra conformar o meu lado feminista.
  Há quem diga, quando se fala entre amigos num dia de chuva, que é muito romântico passa - lo em frente à lareira com alguém especial... Epá! Eu discordo, eu adoro um lindo sol num céu azul fantástico, de um quentinho sem igual... Romântico acho um dia de sol fantástico bem passado e aproveitado, um passeio à beira-mar, ou num sítio diferente recheado de mística, é impossível acordar num dia soalheiro de mau humor.
Oh well, continuarei à espera de um lugar ao sol... E entretanto recordando a música Let it rain on me

15/02/2010

ideias perdidas... nonsense...

"O homem precisa daquilo que em si há de pior se pretende alcançar o que nele existe de melhor"
 Todos nós sabemos que o Homem tem em si o bem e o mal, Apolo e Diónisos, Nietzschiano da Origem da Tragédia. 
 Todos nós temos o nosso lado mais avassalador mais "Ying", o princípio da dualidade humana está intrínseco em cada um de nós.
Yin: o princípio passivo, noturno, escuro, frio, feminino;
Yang:  o princípio activo, diurno, luminoso, quente, masculino.
Todos nós somos apolíneos e dionisíacos. Como se de duas personalidades, se tratasse, mas no entanto, são na realidade duas personalidades que se complementam, muitas vezes definidas como o bem e o mal, um só existe porque existe o outro.
No fundo o princípio da dualidade é universal, está em todo o lado, em tudo quanto existe e a natureza nos proporciona.
É disso que é feito o Ser Humano e tudo o que nos rodeia no universo, mas que um não existe sem o outro é algo inegável, no entanto será que se trata de uma lei da atracção?
O bem existe por contradição ao mal ambos se atraem e se complementam... Assim como o Sol e a Lua, o mar e a areia, tudo na natureza se atrai...