30/07/2010

... mudança...

Tendo como música de fundo a inspirar-me, "Tired of being sorry"... diz-me muito...
Sempre vivi uma vida dupla em que para agradar o pai era uma miúda sossegada, quando chegava a casa era o completo avesso, tomava esta atitude porque estava tão pouco tempo com ele que achava que era um forma de o aproveitar, anulava todas os meus hábitos, tais como, o de sair à noite, ligar aos meus amigos, ligava às escondidas, esforçava-me por participar no tempo que conseguia na vida dele acompanhando-o por todo o lado, sempre com o mesmo objectivo. Na verdade, as pessoas vão-se anulando, por hoje passa, por amanhã também até que vai sendo uma bola de neve e rebenta.
Hoje sou fruto disso, sei e assumo fui eu que me anulei demais anos a fio justificando com o injustificável, não devia nunca esconder o que sou, o meu EU e fui capaz de o fazer em prole de muita coisa por achar ser a atitude politicamente mais correcta.
Actualmente, sou a bola de neve que rebentou, e sou eu mesma completamente diferente do que era à 5 anos atrás tudo mudou em mim, absolutamente tudo, por necessidade, porque a minha vida assim me ensinou que era a melhor forma de continuar nas minhas escolhas, por sobrevivência. Orgulho-me de acordar de manhã e me sentir bem comigo mesma porque sou eu e não um robot, ou alguém forte mas frágil...
Tornei-me uma pessoa adulta responsável, que cresceu em muita coisa a força, que tomou as rédeas da vida e que ouve de quem nunca o devia dizer "que me tornei numa coisa que prefiro não comentar", sou fruto até de coisas como esta...
Gosto das imagens do primeiro impacto que quem não conhece cria de mim, acho graça, em muita coisa acertam, não lamento em nada de ser tudo isso e mais tenho defeitos e qualidades como toda a gente.
Mas como é normal, estou farta de me sentir culpada ou arrependida de seja lá o que for simplesmente porque quem me rodeia se esqueceu e se perdeu no tempo numa imagem intocável do que eu era e que não sou, mas tenho muito orgulho no que sou tenho liberdade para isso e não podia passar a vida inteira a anular-me para ser politicamente correcta. Eu erro, eu posso ser arrogante, do alto meu nariz posso dizer muita coisa, sempre com frontalidade, segurança e sentido no que digo, não para afugentar alguém, não posso negar sinceridade nem nada do que me acusem e não continuarei a arrepender-me ou a pedir desculpa por algo que faz parte de mim a menos que tenha a certeza que errei, aí sim!
Só por um motivo SOU EU!