11/01/2010

Bem... Como começar...
Ultimamente, houve algumas coisas que mudaram na minha vida...
Começando pelo começo como se costuma dizer...
Tinha uma relação com uma pessoa que amava, e havia toda aquela magia mas... com o tempo o príncipe quebrou e fez-me meter os pés na realidade, a incapacidade de lidar com as dificuldades e com os problemas e eu estava nesse problema, entrei numa depressão profunda fruto, aliás, o fluir de toda uma vivência de 23 anos, de feridas que me doíam e que até hoje eu não sei falar delas, não consigo, ainda doem muito e que guardo para mim como um segredo que ninguém pode saber como algo sagrado que não se pode tratar e nem contar a ninguém.
 Desta vez, a grande diferença é que não tive um príncipe que me pudesse resgatar, de sentimentos de solidão, que me valorizassem quando eu mais precisei que me amasse e não se afastasse nas circunstâncias em que tantas vezes precisei.
Vivo numa cidade, a qual, costumo comparar a uma ilha onde me sinto longe de todos os meus amigos e pessoas que me amam de verdade e que me respeitam como eu sou, e que me ajudam a encarar este pequeno grande problema de frente.
Acredito que sou capaz de um dia voltar a sorrir sem esconder tristezas, mágoas e dores que me corroem a alma.
Mas... como se costuma dizer nem tudo é mau com tudo isto, estão a ensinar-me a conhecer-me melhor, a conhecer os meus limites, afinal de contas não somos detentores de toda a sabedoria nem de nós próprios, nem de nada é demasiado soberbo pensar isso, ou deitaríamos por terra muita coisa...
Apesar de tudo...
Relação terminada, tenho o meu Peter Pan, entre outras pessoas que não me abandonam e que estão comigo a mil por cento, poder contar com pessoas assim em algumas horas é um privilégio para mim tê-las.
Houve uma amizade que resgatei no tempo que adoro ainda mais agora do que gostava, a proximidade, a franqueza com que conversamos a forma simples e normal com que nos divertimos é impossível descrevê-la mas faz falta na vida de cada um uma alma assim, apesar de tudo o que passou continua positiva e quer estar connosco e que nos passa todo o positivismo dela fantástico, para ela só tenho a dizer obrigada por regressares e que não vou mesmo nem desiludir-te nem te abandonar aconteça o que acontecer estarei sempre aqui... As saudades que eu tinha de ti minha Ruiva, de facto és única.
Contudo, cá ando a lutar pela minha existência, como toos nós fazemos todos os dias quando nos levantamos, sexta-feira vou começar a segunda parte da depressão que é talvez a mais dolorosa mas... como eu costumo dizer i will survive custe o que custar.
Sinto-me magoada com alguém, de quem só quero o melhor e jamais, pensaria ou desejaria mal mas... infelizmente por vezes, quando falo o que penso a algumas pessoas sinto-me num corredor cheio de gente onde toda a gente fala mas ninguém me entende, e acabo por me magoar, porque não o fiz pra magoar e acabam por me ferir como forma de sobrevivência, infelizmente talvez me tenha visto, temporariamente como um inimigo que coloca em causa a soberba segurança de que aparentemente tá tudo bem, mesmo não estando...
É estranho por vezes ponho-me a pensar no que é que as pessoas pensam realmente sobre mim, porque mesmo rodeada de pessoas fantásticas que têm feito tanto por mim, mesmo assim peço-vos desde já desculpa por mesmo assim, sentir uma solidão enorme pela dificuldade que tenho que as pessoas me compreendam, é-me difícil imaginar neste momento o que as pessoas vêem quando me olham...
Lembro-me que por incrivel que pareça a primeira vez que me deixei cair neste abismo que é a minha depressão afogava as minhas mágoas a ouvir o CD Fallen porque, curiosamente, a Amy Lee quando escreveu este álbum também estava numa depressão, então em tudo o que ela cantava e eu cantava em casa sentia como se estivesse a desabafar a minha própria mágoa a minha própria dor...
 Nestas circunstâncias qualquer pessoa normal teria do seu lado os pilares da sua vida que é o pai e a mãe, eu infelizmente ou felizmente sempre tenho amigos, minha irmã, cunhado. Mas compreendo que por vezes, seja difícil, aturar-me porque neste momento lido com sentimentos muito escuros e precisei de procurar ajuda para conseguir sacudir a cabeça e um dia voltar a erguê-la e seguir a minha vida. Enquanto isso, o meu pai e quem o acompanha acha que está tudo bem, que eu só tenho um desequilibrio e que vou ficar bem, porque isto tudo é um problema meu e a culpa é minha, eu que o resolva. Enfim, obrigada a todos os que se esforçam por me ouvir por ter tempo pra mim, por me apoiarem, neste momento muito difícil e doloroso da minha vida. Obrigada! por mais um dia de existência e sobrevivência pra mim, porque acreditem nem sempre é fácil acordar de manhã e encarar a vida e a sociedade porque infelizmente, a vida não é uma película de filme que podemos alterar quando queremos.
Aqui vos deixo o tema mais apropriado, mais uma vez faço minhas as palavras dela em momentos de grande revolta.
Voltei a compor, sim é verdade eu uso isso para desabafar ajuda-me escrever.

1 comentário:

  1. Escreves como se estivesses rodeada de planetas. É íntima a tua posição neste lugar de sentimentos e sombras que nunca chegamos a conhecer. Falamos de coisas semelhantes: o universo no seu sentido mais profundo, os incondicionais momentos diante o silêncio, e a vaga esperança de tudo resistir defronte ao mar e da noite inacabada.
    Por isso, irei seguir cada viagem tua além de tudo que é possível. Só espero embriagar-te quando regressares, para que não percas nenhuma palavra. Só espero que voltes sempre que puderes e me deixes mais próximo dos teus planetas ou das tuas luas ainda suspensas na infinita e sublime teoria do que é a vida e do que é o sonho.
    Só espero que continues a escrever para me afundar nas tuas águas e na sinceridade do teu coração.
    Somos caminhos paralelos, esparsos nas madrugadas que nunca foram esquecidas. Somos caminhos que nunca tiveram outra razão para existir senão a fusão de todas as galáxias; senão a dissolução de tudo o que nos move perante este efeito translúcido que é a vida.
    Nunca abandones aquilo ficou escrito. Nunca abandones nenhum astro, nenhum planeta ou qualquer fulgor de estrela que te comova. Nunca abandones nenhum sentimento em fogo riscando as noites que te atravessam e te inundam com toda a eloquência e todo o mistério de existir.
    Cintila, com a mesma doçura e pureza com que escreves.

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