19/03/2010

Liberdade por contraposição a uma prisão interior...

 Ontem andava por uma livraria a circular, vendo os livros numa indecisão ínfima do que ler, como forma de me afastar de tudo o que me rodeia envolvendo-me em toda a história de um livro que me chamasse a atenção levando-me pela sua história. Houve um que me chamou a atenção pelo seu título intrigante, li a sua sinopse e continuei mais intrigada ainda...
 No auge do nosso humanismo e com a capacidade de livre - arbítrio, mesmo quando enclausurados nos nossos momentos de solidão que nos envolvem e parecem não passar, naquilo a que chamamos a nossa liberdade inabalável e mesmo quando estamos presos de alma a algo, sentimentos profundos e, por vezes, negativos continuamos a ser livres..
 No entanto, depois de ler aquele título e aquela sinopse, ponderei a minha liberdade e a minha forma de pensar sobre ela...
 Indubitavelmente sou livre de corpo e alma, tenho livre - arbítrio no entanto, estou presa... Presa na alma e a tudo o que no meu mais íntimo que me compõe. Todas as vidas têm momentos de felicidade, quando os revivemos chegamos a ficar com aquele sorriso, designado por quem não sabe para onde o nosso pensamento já voou, de ridículo, e dá-nos uma sensação fantástica e de inexplicável felicidade, como que nos revigora...
 No entanto, existem várias formas de encarar e viver os momentos de luta, tristeza e sofrimento. Há quem cale o sofrimento e simplesmente opte por não falar dele, e se mortifica cravando cicatrizes que por mais que o tempo passe algumas delas ainda continuam semi-abertas, e a sua forma de manifestação é simplesmente procurar um refúgio onde podemos nos afastar delas e repensá-las, no entanto, elas continuarão lá até termos a coragem de parar de pensar que o tempo cura tudo, como se costuma dizer, porque a verdade é que senão as verbalizar-mos o tempo só por si não faz milagres, até ao dia em que conseguimos a coragem de as verbalizar.
 Existem pessoas que simplesmente quando acontece desabafam com a coragem de um choro que parece nunca mais acabar e verbalizam, no fim, tudo parece ficar melhor com uma sensação de leveza inexplicável...
  Admito que sou do tipo de pessoa racional, fria e que quando tudo acontece fico inabalável, tudo quanto é tristeza guardo para mim, não sou capaz de dizer uma palavra por muito que me mortifique, por muito que magoe, tudo isto guardo para mim, não tenho dúvidas de que sou forte, mas não consigo mostrar os meus momentos de fraqueza, tenho o meu porto de abrigo no qual sou livre e viajo ao meu interior e carrego força, essa que às vezes eu própria nem sei de onde vem...
 Por isso, aquele livro me chamou a atenção... Como é possível esta contradição, esta crise existencial de que o Ser Humano é naturalmente livre, mas ao mesmo tempo tem a capacidade de se auto-prender através do seu lado emocional e criar uma prisão da qual seja tão difícil se libertar pelo simples facto de que exige uma coragem complicada de verbalizar tudo o que nos prende a alma e, aí sim, o tempo irá curar, afinal ele tudo cura, e os sentimentos que nos prendem dentro de nós próprios irão-nos libertar...
Contradição intrigante, que mexe com toda a nossa soberba de acharmos que sabemos tudo, quando na verdade todos nós ao longo da vida aprendemos lições constantes... A vida é a  nossa maior escola...
O livro tem por título: "Liberte-se da Prisão das Emoções", Augusto Cury.
De facto dá que pensar... "Eu só sei que nada sei"

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