05/03/2010

Amor, paixão ou meros "fuck buddies"

Quantos de nós conhecemos histórias de amor que atravessaram décadas, séculos, algumas milenares...
Quem nunca leu ou viu a história do Romeu e Julieta; os contos encantados da Disney; as paixões avassaladores de Henrique VIII por Ana Bolena e mais tarde por Joana Seymor.
Os mais diversos filmes românticos que vemos também baseados em histórias já escritas.
Recordo-me do amor presente nos Maias, um amor trágico mas, verdadeiro; o amor descrito no livro Amor de Perdição; o amor presente nas Viagens na minha Terra e mais actual a quadrologia que todos ou a grande maioria leu de Bella e Edward, um amor entre uma humana e um vampiro. Quem nunca leu e se maravilhou com os versos escritos por Luis de Camões.
 O exemplo de um amor platónico talvez mas incondicional de Jean - Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
Em todas estas personagens é-nos demonstrado vários tipos de formas de amar, mas em todas elas há algo comum, que é o amor verdadeiro, o amar e ser amado incondicionalmente, um laço forte, um sentimento de pertença que prevalece sobre tudo e que os une.
A minha questão é de tudo o que já vi, tenho visto, e já vivi... Onde anda esse amor incondicional, que gera a cumplicidade, o sentimento de pertença, a fidelidade que torna o sentimento mais forte, a questão do não preciso que me proves porque eu sinto que é verdade e de mim para ti é igual o ser capaz de tudo, contra tudo e todos para proteger a relação, ou como diria um amigo meu, quiseram quebrar o ferro, mas ele é inquebrável e só fortifica.
 Viver um amor não será isso? Se não é então porque ainda há tantos autores românticos, tantos filmes como a "Casa da Lagoa"; "Amar em Nova Yorque"; "Sweet November"; "Fantasma da Ópera" e tantos outros; séries infindáveis que têm sempre a sua pitada de romance para apimentar a história...
O que se vê actualmente é o empregar uma palavra tão profunda e que pode significar tanto aquando da sua pronúncia no momento certo e à pessoa certa como "amo-te" sabe sempre tão bem quando dita a quem nos faz sentir especiais e nós fazemos sentir também, pessoa por quem nós temos um sentimento de pertença que não precisamos de nada para o fazer...
Hoje em dia, vejo relações que como diria em tempos um professor meu, "o amor é lindo enquanto há pau", porque é mesmo isso, a confusão de paixão sem amor em que, quando ela acaba vai-se tudo, paixões avassaladoras que vêm e enlouquecem a quem as sente e misturam isso com amor, empregam a palavra "amo-te" a alguém que amanhã já não significará nada para eles e foi só uma aventura.
Sabe muito melhor a paixão e o amor juntos isto sim é a mistura perfeita depois é só alimentar o que para pessoas que amam de verdade não será difícil....
Actualmente, o que tenho observado é pessoas que sonham em viver um amor verdadeiro e incondicional, outras que amam um hoje e dizem que são capazes de tudo por ele e que depois quando acabam, em pouco tempo o substituem....
Ou seja, onde está a sua incondicionalidade? O sentimento de pertença? O querer estar perto a toda hora? O enviar mensagens românticas de forma a surpreender? o ser capaz de gestos preparados secretamente para surpreender quem amamos? a intimidade? enfim, tudo aquilo que compõe uma relação segura que mesmo que tenha altos e baixos sobrevive...
Penso que vivemos na era não dos amores que lemos em tantos livros e incondicionais, mas sim, na era dos designados "fuck buddies".
Não quero acreditar que sejam todas as mulheres que se "sujeitem" a uma relação desse tipo... Por muito mente aberta que seja acima de tudo e qualquer coisa sou mulher e até que me mostrem o contrário na minha opinião há curtes e curtes, usando palavreado dos adolescentes, e as mulheres que se sujeitam constantemente a isso e que tenham um diferente na cama por muito livre e mente aberta que seja, penso que das três uma ou é ninfomaníaca; ou tem medo de ficar sozinha e sujeita-se a tudo e qualquer um serve; ou tem por algum motivo medo de assumir uma relação a sério e até que apareça o "tal" vai andando com uns e com outros, como diriam os mais antigos...
Não que eu seja profissional em demonstrar sentimentos, ou em relações, mas o que aconteceu? Como mudou tanto... Ou se calhar não mudou a minha realidade é que era diferente e apesar de ter amigas que tinham vários nunca foi algo tão presente e tão próximo.
Afinal o que é amar? Terá mudado assim tanto?

Deixo a acompanhar este texto o url de uma música do John Lennon que na minha opinião é uma declaração do amor que ele sentia por aquela mulher. Não deixo o vídeo porque tal não é permitido...
http://www.youtube.com/watch?v=5CLGtgovIqc

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