22/05/2010

Reflexão...

O tempo passa escorregando-nos entre os dedos sem o conseguir-mos nunca amarrar...
 Recordo-me quando tudo estava negro na minha vida, quando tudo começou a descambar-me num abismo sem fim e eu simplesmente a deixar-me ir, como se tudo me amarrasse e nada me ajudasse a fazer-me subir, o cansaço firme físico e psicológico sem fim... O frio de uma solidão em que mergulhei sem fim e da qual tive tanta dificuldade em sair.
  As novidades surgiram e uma delas abismal para mim, um lado meu tentou levar na brincadeira para tornar o fardo mais leve, enquanto o outro em simultâneo se roía e me lembrava daquilo que eu realmente me sentia, como se depois de tudo aquilo me tivesse tornado numa pessoa anormal, diferente com um problema que nem eu própria sabia como lidar, como encarar, como me ajudar... um "e agora?!" que me assustava e me mortificava e que ainda hoje ainda me assusta por vezes, nessas alturas opto por não pensar demais, afinal, "pensar é estar doente dos olhos" e em algumas situações esta citação de Alberto Caeiro é uma grande verdade.
A minha decisão de fazer uma tatuagem que me lembrasse de tudo o que fui, sou e continuarei a ser capaz de verbalizar das feridas que vão cicatrizando aos poucos, realmente, com o tempo. Do meu outro "Eu" que descobri ser mais obscuro, algo que eu própria desconhecia ter.
Recentemente, quando falei da minha tatuagem e de toda a simbologia que a envolve, parecia que tinha sido à tanto tempo... Como se tivessem passado anos, desde que tudo se passou as voltas que a minha vida já deu e tudo o que já fiz, as tempestades que já passei e irei continuar a passar com a mesma vontade, a mesma teimosia, a mesma persistência.
Hoje apercebo-me do quanto pesada é a simbologia a forma como isso hoje depois de tudo o que já caminhei, quando verbalizo sinto fisicamente a força, o peso e do lado tão negro de que ela é resultado...
O tempo passa acredito que amanhã vai ser melhor, esta é a única fé em que acredito, se houver amanhã que façamos sempre por ser melhor e superar-mo-nos sempre de forma a alcançar a nossa paz e a nossa felicidade e bem-estar, diários.

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